Soneto já antigo
Olha, Daisy: quando eu morrer tu hás de
dizer aos meus amigos aí de Londres;
embora não o sintas, que tu escondes
a grande dor da minha morte. Irás de
Londres p'ra Iorque, onde nasceste (dizes...
que eu nada que tu digas acredito),
contar àquele pobre rapazito
que me deu tantas horas tão felizes,
embora não o saibas, que morri...
mesmo ele, a quem eu tanto julguei amar,
nada se importará... Depois vai dar
a notícia a essa estranha Cecily
que acreditava que eu seria grande...
Raios partam a vida e quem lá ande!
(Álvaro de Campos, Fernando Pessoa)
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8 de ago. de 2011
25 de ago. de 2008
Contra a nostalxia
Nese puntiño vermello nacín eu, hai case 30 anos (faltan 13 horas cando escribo isto). Deume por nacer ás 3 da mañá, en plenas festas da parroquia.
Esta semana que agora comeza é de moitas mudanzas, non só polo aniversario, senón tamén noutras acepcións do termo.
Aínda que toda mudanza ten algo de saudoso, combatamos a nostalxia.
"No tempo em que festejavam o dia dos meus anos, /eu era feliz e ninguém estava morto", escribiu Álvaro de Campos - Pessoa. Contradigámolo. Deixemos ese pretérito. Non estamos mortos.
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